Mais é, geralmente, melhor.
A maioria dos hospitais universitários são hospitais com grande número de doentes, sendo difícil discernir os efeitos devidos à quantidade de gestos clínicos dos efeitos devidos à coexistência com os componentes académicos. Um grande número de gestos clínicos (ao nível de um hospital ou de um médico individual) é a principal característica que afecta os resultados e a literatura que cobre este tópico é extensa.
Esta evidência teve início com a relação entre volume e resultados na cirurgia (e é só preciso pensarmos nas cirurgias de revascularização carotídea ou pancreatectomias totais em que as recomendações afirmam explicitamente que os doentes só podem ser operados em centros e por médicos com um determinado volume/ano) e agora estende-se até aos problemas médicos, incluindo oncologia.
Em praticamente todas as áreas estudadas, mais é melhor. Os hospitais que realizam mais frequentemente um determinado procedimento têm melhores resultados, especialmente se o procedimento está relacionado com altas taxas de mortalidade. Os mesmos indícios são claros para o enfarte agudo do miocárdio e o trauma, por exemplo. Relativamente a diferenças entre subespecialista/não-especialista, os resultados são inconsistentes.
Na ausência de informação de resultados (outcomes) ou de procedimentos, a informação sobre o volume é provavelmente um indicador que poderá ser dotado de alguma utilidade.
Pedro von Hafe